Câmara Mirim orienta adolescentes com palestra sobre o" jogo da Baleia Azul"

por Suzana Machado/Assessoria Câmara Municipal — publicado 28/06/2017 15h24, última modificação 28/06/2017 15h24

Cerca de 200 estudantes da rede pública de ensino de Sinop (MT) participaram de palestra ministrada pelo psicólogo Leandro Denardi e o psicanalista Ruben Demartine, sobre o "jogo da Baleia Azul". O evento foi realizado pela Câmara Mirim nesta quarta-feira (28), no Plenário da Câmara de Vereadores.

Os profissionais alertaram os alunos sobre os riscos e perigos que o jogo representa e suas consequências, além de abordar questões referentes a relacionamento social, familiar, síndrome depressiva e outros temas comportamentais. “A síndrome depressiva pode desencadear um comportamento suicida, principalmente em crianças e adolescentes, que são alvo desse jogo. É de extrema importância que profissionais, educadores, estudantes, familiares discutam esse assunto e demandem a importância que esse tema requer”, afirma o psicólogo.

Denardi ainda frisa a relevância da aproximação com os adolescentes e a orientação sobre o uso das redes sociais. “Muitos tem acesso ilimitado as redes sociais, que, como vários outros fatores, tem o lado positivo e também o obscuro. Nessa idade, os adolescentes podem não ter maturidade pra lidar com determinadas questões, inclusive as que representam perigo e se tornam atrativas por algum motivo, e acabam topando esse tipo de desafio”, alerta o palestrante.

Jogos com apelos de riscos letais atraem jovens, em geral, com perfil depressivo, dificuldade de relacionamento familiar, ausência de laços sociais bem desenvolvidos, comportamento individual e isolamento, como ressalta o psicanalista Ruben Demartine. “Essas pessoas costumam ver o mundo virtual como seu principal amigo e é essencial que o indivíduo desenvolva laços sociais. A ausência desse contato leva ao isolamento e ao contrário dessa realidade ele encontra na internet um mundo todo aberto”, observa o psicanalista.

As escolas tem formação contínua de seus educadores e equipe em geral para que os profissionais, cada vez mais, possam auxiliar os estudantes em suas necessidades ou demandas comportamentais, como acrescenta a professora Viviane Rossato. “É necessário que o nosso olhar para o aluno seja diferenciado a fim de perceber se ele passa por um problema familiar, um momento de depressão, violência, se precisa de uma orientação específica. Muitas vezes a indisciplina pode ser uma forma de chamar atenção para um pedido de socorro”, avalia a professora.

A estudante do primeiro ano, Grabrieli Costa Gonçalves, destaca que muitas vezes as pessoas se silenciam diante de situações em que poderiam oferecer ajuda. “Existem milhares de pessoas que sofrem não só de depressão, mas de algum tipo de abuso, violência e na maioria das vezes percebemos e ficamos em silêncio, talvez por achar que o problema não é da nossa conta. Mas é preciso que tomemos alguma providência. Conheço pessoas que tinham depressão e pensamentos suicidas, que foram ajudados e conseguiram superar isso. Por mais que a pessoa não queira ajuda, nós temos que fazer a nossa parte, insistir”, complementa a jovem.

O coordenador da Câmara Mirim, Cleverton Rodrigo de Oliveira, informa que a escolha pelo tema teve como objetivo a prevenção, não só para evitar que crianças e adolescentes se envolvam em jogos como o da Baleia Azul, mas também que não participem de outros grupos e ações que fomentem a automutilação ou atitudes que levem a depressão. “Por meio dos profissionais contribuímos com orientações, tirando dúvidas. Os alunos participaram de forma muito ativa do debate, questionando, se posicionando sobre o tema e tendo um retorno dos profissionais de uma maneira clara, objetiva e correta”, declara o coordenador.

O presidente da Câmara, Ademir Bortoli (PMDB), lembra que o tema já foi debatido em tribuna durante sessões da Casa. “Hoje foi a vez de debater diretamente com os alunos o assunto. Essa é uma das funções da Câmara Mirim, envolver os estudantes em debates relevantes, atendendo as necessidades da comunidade escolar de maneira ampla, orientando e conscientizando também as crianças e adolescentes”, finaliza o vereador.